quarta-feira, 12 de junho de 2013

O Formalismo em Teoria Literária (Extensão) 20h

O Curso será ministrado como roteiro de leitura da apostila "O Formalismo em Teoria Literária", que versa sobre as principais correntes de teoria literária no século XX, aproveitando as velhas lições de retórica e poética: Estilística, Formalismo Russo (Grupo OPOIAZ), New Criticism, Estruturalismo, Teoria da Informação Estética. As correntes hermenêuticas são apenas Análise do Conteúdo.

As dúvidas com relação aos postulados teóricos de cada grande corrente serão sanadas nos comentários.

Ao final, os participantes que fizerem o mínimo de atividades ganharão CERTIFICADO para complementação obrigatória de seu currículo com atividades científicas.

Acredita-se que o tempo de dedicação a uma atividade é o único requisito para aprender. Então envolva-se!!!

A dedicação a uma atividade acontece mediante concentração: ser capaz de manter o foco de atenção ininterruptamente durante duas ou três horas.

Participe!!!

Em tempo: clique e assista à conferência de John Hagelin, Ph.D por Harvard University, sobre o valor da concentração para que um tempo considerável seja dispensado para o sucesso de uma tarefa complexa. Quanto mais complexa a tarefa para o cérebro, mais concentração se alcança. Por isso os monges transformam a concentração em meditação: eles não pensam em nada durante horas. A concentração e a meditação permitem, cada uma com sua intensidade, que a luz, a força universal, ilumine o espírito, o que se percebe pela elevação de consciência que o indivíduo atinge ou pela formação de novas e maiores conexões neurais.

Ou se preferir, acesse este link (somente áudio)

93 comentários:

  1. Gostaria de participar deste curso!

    Aluna: Mary Christian G. de A. Soares






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  2. Desejo participar.
    Fernanda Quadros

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  3. Vocês são os primeiros participantes do Curso de Extensão. Então vamos começar a jornada!!!

    Para melhorar o entendimento sobre a Estilística, inclusive já nas diferenças entre linguística e literatura, o texto de Nilce Sant'Anna Martins ajuda muito. É hoje um das sumidades no assunto.

    Introdução à estilística (disponível em google-livros)

    http://books.google.com.br/books?id=_xRyirTXCWMC&printsec=frontcover&dq=introdu%C3%A7%C3%A3o+%C3%A0+estilistica&hl=pt-BR&sa=X&ei=Em-6UaSeIYKI9QTG1ID4AQ&ved=0CDEQ6AEwAA


    Tarefa 1: ler e postar comentários, dúvidas ou apontamentos do capítulo I, até 1.2.3 (inclusive). Vale 2 horas.
    Tarefa 2: elaborar resenha crítica de 200 palavras. Vale 3 horas.

    Prazo: 20/06/2013.

    Obs.: Clique em responder e poste seu trabalho. Todas as atividades devem ser enviadas como comentário a esta postagem específica "O Formalismo em Teoria Literária". Atenção: não poste seus trabalhos desse curso em nenhum outro lugar do blog.

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    1. Tarefa 1 -
      Professor, como estudamos, vimos o esforço de alguns teóricos, como Spitzer e Damaso, em desvendar a obra literária. Spitzer se mostrava preocupado com manifestação do autor na obra e Damaso refletia sobre o mistério da criação poética. Sabemos que a obra literária cria seu próprio mundo, não sendo, portanto uma cópia da realidade. O questionamento que vem é se não recria a realidade, como é que classificamos as obras por estilos de épocas? Como alguns autores analisam um conjunto de poemas e/ou obras e dizem que pertencem a tal movimento? Como é feita essa análise crítica? E hoje, qual o panorama da análise crítica? Quem são seus nomes?

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    2. Introdução a Estilística, texto de Nilce Sant’Anna Martins.

      Nilce Sant’Anna Martins professora de Filologia e Língua Portuguesa na FFCLH da USP, e autora de História da Língua Portuguesa – século XIX (Editora Ática) e introdução à estilística – a expressividade em Língua Portuguesa.

      Conteúdo.

      A autora explícita um conceito básico sobre Estilística e destaca que o seu objetivo é o estilo, algo embaraçoso de se definir. Portanto, ressalta algumas tentativas de definir estilo.
      O estilo apesar de uma designação simples em latim de um instrumento pontiagudo é complexo em suas definições. Os linguistas têm suas definições em relação ao estilo, voltas para o particular, e que apresenta as dificuldades de suas classificações.
      Os estudiosos deixam nítida a dedicação em se dedicarem aos estudos teóricos da Estilística, mostrar para o leitor as variedades existentes do fenômeno do estilo e uma possível seleção da que lhe parece mais satisfatória.
      Entre essas variedades de definições, como: O estilo é o homem; é a obra; é o modo individual de experiência; o que é peculiar e preferencial em uma fala; a qualidade de um fala resultante de uma escolha que faz; compreendida como ênfase (expressiva afetiva ou estética); a língua exprime e o estilo realça; é o conjunto de probabilidades contextuais dos seus itens linguísticos; é expectativa frustrada; está presente nas mensagens em que há elaboração da mensagem por si mesma; resulta de uma escolha dos meios de expressão, determinada pela natureza e pelas intenções do indivíduo; é o conjunto objetivo de características formais oferecidas por um texto como resultado da adaptação do instrumento linguístico; é a linguagem que transcende do plano intelectivo para carrear a emoção e a vontade, todas entrelaçam com o ser humano desde a significação dos ser até suas ações, sentimentos e expressões.
      A Estilística designa uma disciplina ligada à linguística desde o século XX. Que se formou em duas correntes, lideradas por Charles Bally que da ênfase à expressividade e Leo Spitzer (corrente da Estilística literária) que da ênfase à criação expressiva individual.
      Outro na corrente da Estilística Literária é D. Alonso que contribui dizendo que o objetivo da estilística é amplo e global, abrangendo “o imaginativo, o afetivo e o conceitual”.
      Mattoso Câmara considera a Estilística uma disciplina complementar da Gramática. O texto nos diz que em sentido amplo a Linguística estuda a Gramática e a Estilística e em sentido restrito apenas a Gramática.
      Alguns autores retribuem dizendo que a estilística é sociolinguística. Outros procuram fornecer um método de análise para investigação do comportamento linguístico. Se tiver método, a estilística pode ser considerada uma ciência, se for ciência investiga algo, então pode se dizer que a Estilística estuda e analisa aspectos linguísticos em sentido amplo.

      Mary Christian.

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    3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Turma querida,

    Lembrei-me de um documentário com legendas sobre John Hagelin. POR FAVOR ASSISTA ATÉ O FINAL!!!. Já comece a treinar sua concentração, porque sem ela de fato o estudo tem rendimento comprometido.

    http://www.youtube.com/watch?v=pb8rb55CTs4&list=PL3DF867AB39BDF6D1

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    1. Além do documentário sobre John Hagelin, http://www.youtube.com/watch?v=pb8rb55CTs4&list=PL3DF867AB39BDF6D1

      Outro link (legenda em espanhol): http://www.youtube.com/watch?v=5vN7arQ0N5Y

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  5. Desejo participar!
    Talita Alves Santos Ferraz

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  6. Também quero participar do curso!!

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  7. NATALIA SANTOSS
    TAMBEM QUERO PARTICIPAR

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  8. Oi, eu também quero participar!
    Verônica

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    1. Oi Verônica,

      Não esqueça: assine sempre suas postagens porque seu login não a identifica.

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  9. Quero participar!
    Bárbara Muniz Miranda

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  10. Este comentário foi removido pelo autor.

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  11. Professor Camillo.
    Muitos estilísticos discordaram de Charles Bally no sentido de ele afastar a literatura da estilística. Gostaria, se possível, que o Senhor me falasse qual foi a postura de Bally em relação à essa oposição, quais foram os argumentos que ele levantou para que sua definição sobre estilística fosse hoje uma das mais apontadas além do fato de ele ter sido um dos mestres que iniciaram essa corrente?!

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    1. Desse jeito mesmo. Bally queria encontrar DE QUE MANEIRA cargas afetivas se fixavam NA FALA COTIDIANA. A preocupação dele era somente quanto ao uso ESPONTÂNEO da língua. Foi considerado um dos fundadores porque publicou na primeira década do século XX. Mas sua posição de fundador permanece, mas dentro de uma perspectiva, como já falei, apenas da fala cotidiana, de modo a se configurar uma estilística de cunho linguístico. Enquanto que outros autores aproveitaram a noção de estilo para verificar qual relação haveria, se é que existe, entre literatura e essa procura pela carga afetiva. Será possível pensar a literatura como um discurso que expressa valores afetivos de modo especial ou intenso? Essa foi a questão que levou os estilicistas a inaugurarem uma Estilística LITERÁRIA, que não é da fala cotidiana, mas do texto literário com sua gênese nada espontânea, porque fruto de muita reflexão e re-escrituras.

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  12. Outra dúvida:
    A estilística funcional, baseada nos estudos de Roman Jakobson está relacionada às funções da linguagem, e a estrutural se baseia nas relações dos elementos to texto. Tendo em vista a concepção de Charles Bally sobre estilística que diz que estilística é a disciplina que estuda os valores afetivos da linguagem, sendo ela espontânea, posso concluir que a estilística de Bally se aproxima mais da funcional do que da estrutural?

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    1. A estilística de Bally não é tão importante para nossos estudos. Mas, em todo caso, vamos lá.

      O primeiro quesito para o pensamento superlativo é a dissolução dos antagonismos perfeitos. São, na verdade, forças em tensão. De modo que sempre há traços estruturais, funcionais, essenciais, hermenêuticos, etc. em qualquer modelo, esquema ou proposta metodológica. De modo que a estilística de Charles Bally possui, em maior ou menor grau, as abordagens estrutural e funcional, os critérios quantitativo e qualitativo.

      É claro que qualquer estilística, principalmente as de base linguística como a de Bally, qualquer estilística pressupõe uma abordagem estrutural, quer dizer, observando as relações dos elementos do texto. Esses elementos do texto são OBJETIVOS, e por isso geram estrutura. Por outro lado, Bally buscava uma abstração em meio à estrutura: o valor afetivo. Ao dimensionar o verbo por critério de valores, Bally ou qualquer outro que proceda dessa forma estão funcionalizando, pois o interesse recai na RELAÇÃO entre texto e contexto, entre estrutura e apreciação. A palavra apreciação já traz na etimologia a significação de valorar, atribuir valor: isto é, julgar. O funcionalismo, aquele tipo de pesquisa voltada às funções do objeto estudado (no caso, o discurso) de maneira a JULGAR que determinados textos (falas) são afetivos, objetivos, informacionais, artísticos, exatos, chatos, agradáveis, etc. Essa metodologia funcionalista termina encontrando o lugar de cada coisa, inclusive com análise das relações com o entorno, mas não consegue descer ao abismo essencial daquilo que é. Por isso Karl Vossler é RADICALMENTE diferente de Bally, pois investigava as implicações onto-teo-lógicas ("abstratas") de um objeto que possuísse o estatuto da obra de arte tal como si mesma, por isso foi chamada de ESTÉTICA. Somente com todo esse caráter IDEALISTA é que a estilística pode dialogar com a hermenêutica e se constituir reconhecidamente uma estética, pois a palavra estética já denota que o estudo é teorético, abstrato e idealista. Se é possível uma "estilística estética" é outra maneira de nomear um método de crítica global, isto é, aquele que consiga abordar o texto literário em todas as dimensões. Agora começamos a entrar na pergunta seguinte.

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  13. Qual o principal motivo do divorcio entre linguística e literatura e qual é a contribuiçao de Leo Spitzer, já que ele desenvolveu a estilística com a ambição de estabelecer uma ponte entre as duas disciplinas?

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    1. O motivo para a compartimentalização entre linguística e literatura é metodológico: aqueles que pensam todo o sistema por um ângulo científico (linguistas) e outros que pensam esse mesmo sistema por um ângulo filosófico ou hermenêuticos, isto é, ametódicos, sem preocupação de constituir método científico. Leo Spitzer teve uma brilhante ideia de estudar a relação entre língua e história, aplicada ao texto literário: o uso da língua revela que estado idiomático? Esse estado idiomático também é um estado ideológico? É além disso histórico, psicológico? O que determinado texto traz como testemunho de sua época? Ao mesmo tempo, de que forma especialíssima, singular ou irrepetível, cada falante se apropria da língua no uso verbal, com trejeitos, tiques, gírias e universo vocabular, sintaxe e semântica formando um microssistema: O ESTILO. A fala, para Spitzer, vive nessa tensão entre seu pertencimento histórico (força estática, inibidora) e sua especificidade individual (força criativa, transformadora). Então um mesmo texto consegue apresentar a história das ideias de uma época e a especificidade de uma apropriação individual. No caso do artista, a apropriação individual é tão criativa e transformadora que alimenta a verdadeira revolução: a mudança pacífica. A ponte entre as duas disciplinas - Linguística e Literatura - foi pensada por Spitzer como maneira de aproveitá-las para LER/ESTUDAR o texto literário, na plena certeza de que, por um lado, apresenta um sistema ideológico específico da época (pelo menos no uso das palavras), por outro, também mostra a revolução que o sistema artístico, elaborado pelo poeta e repousante no texto, dialoga ou conflita com o sistema ideológico representado. As convenções assumem o lugar ordinário (sedimentado no nível da língua), enquanto a literatura salta para o extraordinário (flutuante no nível da palavra. As oscilações da palavra é que abrigam a força estética, que tem para o homem uma missão essencial, mas pouco entendida: para que o homem de fato se realize plenamente, precisa "operacionalizar" o imaginário, porque somente assim ele concluirá o rol de tarefas humanas que nos distinguem de outros seres do planeta, alcançando o décimo segundo trabalho hercúleo, o mais difícil, que é a construção ficcional. Em termos semióticos, a literatura, mais do que qualquer outra arte, estimula essa capacidade construtiva - que muitos insistem em chamar de linguagem - nos níveis mais complexos, pois até a tradução intersemiótica de palavra para imagem o leitor precisa realizar. Enquanto outras artes têm uma matéria-prima inerte e natural, a literatura tem uma matéria-prima dinâmica e artificial: a palavra. A literatura (arte literária) é signo sobre signo, porque ela é um signo artístico sobre um signo linguístico.

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  14. Professor, por favor!

    Como definir estilo? Pode se dizer que é uma mescla, uma junção da variedade de conceitos já existentes?Pois, todas parecem ter um fundo de verdade. Então, pode considerar a estilística como uma ciência que analisa os aspectos linguísticos em sentido amplo? E qual o interesse por parte dos linguistas em ter essa variedade de conceitos?

    Mary Christian.

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  15. Sim, Mary, para fazer uma análise do estilo em sentido amplo, é preciso a abordagem desde o aspecto verbo-artesanal, isto é, que transluz pela forma que se diferencia então da matéria. Porque a arte é uma aventura semiológica, e para tanto é necessário um conhecimento sólido a respeito do signo: a semiologia plena é sem dúvidas o encontro, como procurou Spitzer, entre história literária e linguística. Trata-se, nos dias de hoje, portanto, de um método de crítica global, necessariamente irrestrito, capaz de abranger os diversos aspectos da obra literária como aventura semiológica. Será o mundo uma aventura semiológica? Com certeza, nossa experiência consciente é permanentemente interpretar referentes e criar signos tanto na obra literária (arte) quanto no contexto social (esfera pública). Em que medida então de fato a sentença de Heidegger tem sentido literal ("linguagem é a casa do ser; nela habita o homem")? Qual relação há entre a construção semiológica do mundo com a construção semiológica do indivíduo? Fazem porque um é à semelhança do outro? Tal relação pode ser apreciada em seu fundo (dobra), em sua manifestação (espéculo) e em sua implicação ou consequência (criação e, por conseguinte, criador e criatura). De igual modo, a obra literária é criação, mas o mundo criado não pertence a nenhum rincão desse universo, mas a uma dimensão além dele: a arte, construção de signos imaginários, cujo lugar não é o mesmo nosso. Ou seja, não podemos encontrar Riobaldo, nem Gabriela, nem Capitu, nem Fabiano, nem Marília nem Dirceu, etc., etc. Por mais que haja semelhanças (mímesis, quer dizer, representação de um referente em signo), a dialética fundamental é esta aventura semiológica universal, em que o universo é imagem produzida por um criador que elabora signos, da mesma maneira a obra literária, tendo por criador não o alfa-ômega, mas o homem, à semelhança da imagem criada pelo universo, em seu Sistema Transcendental (physis kriptestai phylei), é imagem produzida numa aventura semiológica que é espéculo do real, isto é, que "imita" o universal como particular.

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    1. O estilo é a maneira única de cada indivíduo em montar/construir (poeisis) o mundo. Este aspecto se manifesta em qualquer exercício de linguagem, inclusive na leitura do contexto, mas fundamentalmente tem sua força mais potente na leitura do universo literário, que é um processo semiológico mais complicado, porque já envolve uma simbolização anterior: a palavra. Então a complexidade da literatura como arte é inigualável. Soberana, a arte do verbo de fato é, acima de todas as outras, uma abstração de segundo grau. De fato a maior arte tinha que ser do verbo, porque "para bayllen" e "syn" assinalam o caráter onto-teo-lógico, isto é, que consubstancia o entre linguagem da natureza e linguagem do homem como passagem (onto) e rito (teo). Para além disso, a arte verbal se sustenta já numa abstração, porque seu material é a língua, tão artificial quanto totalitária. A Literatura é plenitude de liberdade porque nela se desarmam as engrenagens desse sistema categórico de signos, pela verdadeira revolução. Toda revolução nasce primeiro como ideia, depois cresce como fato e morre como versão (isto é, verbo, história). Mas esperamos ainda a História propriamente dita, como morreu esperando Walter Benjamin: nem dos vencedores, nem dos vencidos, mas a história do sistema. Será quando a história deixará de ser versão (ponto de vista) para se integralizar e plenificar na dimensão do verbo essencial. Eis a tarefa da arte: exprimir tal relação. E o estilo é a maneira particular de manifestar essa relação que cada obra de arte, incluindo as obras literárias, apresenta consigo mesma, isto é, na dobra fundamental arké-telos-arké, síntese do fundamento.

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  16. Professor segundo Georges Mounin, o estilo é a resultante linguística de uma conjunção de fatores multiplos, e se algum dia se chegar a atribuir ao estilo um fórmula, seria uma formula extremamente complexa, como poderia ser essa formula que ele diz?

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    1. Natalia,

      O que ele disse foi levado ao pé da letra como você está fazendo. Ele, talvez, tenha desejado apenas dizer a grande dificuldade que é englobar todas as dimensões do estilo, conseguir explicar todos os foros envolvidos na noção de estilo.

      Quando se lê ao pé da letra essa frase de Mounin, procura-se logo uma estilística que se baseasse em números, para conseguir traduzir em fórmulas o estilo. Não tardou nascer então a Teoria da Informação, que de modo geral buscava a flexibilização do signo ao refletir mais de um significado (informação). Era um grande parceiro aliado da Estilística mais instrumentalista, mais racional e tecnicista, que foi abrigada, como se sabe, por setores ultralogicistas da Linguística, por ser esta a disciplina de Letras com pendores e devoções à Ciência, isto é, a única que se constitui ciência em nossa área. A Teoria da Informação chegou a elaborar uma equação que superava a "profecia" (era "profecia" ou simples metáfora?) de Mounin, porque enquadrava o texto literário como um caso particular da equação geral da Informação, que, segundo certas características, expressaria matematicamente a noção de "obra literária". E esta equação está disponível na wikipédia: h = n log S, onde h é a quantidade total de informação, S representa o número de símbolos possíveis, e n o número de símbolos transmitidos. Mas para a análise literária em si, só contribuiu num sentido: endossou a tese de que a obra literária (texto literário) é aquele que possui uma alta carga informacional que gera uma congestão tal que não mais obedece aos padrões de referência, o que implica num deslocamento de um discurso informacional, aquele que preserva a coerência entre referência e significância, para um discurso litera-artístico, aquele com fissuras tais entre referência e significância que chega a construir um novo referente para a significância em questão. A contribuição da Teoria da Informação se limitou a isso porque não se quer a tradução de informação para número, o que implicaria esvaziamento semântico, alienação, funcionalismo (apenas transformar algo em número): o que se deseja profundamente é que a análise literária possa contribuir para o indivíduo alcançar a capacidade de elaborar abstrações e desconfiar da realidade como única ou melhor opção permanentemente. Ao conhecer o Sítio do Pica-Pau Amarelo, por exemplo, o leitor pode comparar o mundo ficcional com o mundo histórico, de modo a poder até mesmo criticar o histórico por não apresentar certas virtudes encontradas na ficção. Essa é a grande missão da Teoria e da Crítica Literárias, essa é a grande missão minha: facultar níveis cognitivos mais complexos, para que o indivíduo possa enfim e de fato ser crítico e autocrítico, dono de seu discurso e não seguidor de discurso dos outros.

      A outra parte - dedicada ao texto literário nas mais diversas línguas e épocas - essa parte que podemos chamar de "Hermenêutica", ainda reluta contra a sistematização científica.

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    2. De minha parte, após lecionar Metodologia Científica no Instituto Federal de Rondônia, e principalmente deparar com a triste realidade de em Ensino Médio inSipiente quanto à Literatura - após tal experiência percebi que o método científico não é prejudicial, pelo contrário: mesmo com suas vicissitudes, o método científico conduziu-nos a graus cada vez maiores de conhecimento e domínio: primeiro foi o o espaço aéreo (avião) depois o espaço virtual (internet), além da manipulação da energia, principalmente sob forma de eletricidade, etc., etc. Então o problema está no uso desse método: você o pratica para construir a bomba atômica ou estádios autossustentáveis?

      De modo que o método científico me parece o único caminho para as disciplinas da ATUAL universidade, quer dizer, num século que introduziu um milênio de esperanças, com apostas severas na ciência para os avanços tecnológicos, que devem sempre estar a serviço do humano, do humanista e do humanitário. Ademais, o método científico é o único capaz de dar a objetividade necessária para universalizar um instrumento de análise, ou seja, um instrumento de análise universal significa acessível a todos, inclusive e principalmente ao estudante do Ensino Médio, que é a razão de nossas reflexões na licenciatura, ou pelo menos deveria ser.

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    3. Muito obrigada, por ter mim esclarecido, a cerca do conteúdo, aprende muito com o que vc escreveu.

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  17. Professor, podemos perceber que a estilística funcional vai encontrar em Jakobson sua figura dominante. Eu gostaria de saber qual a relação da teoria apresentada por Jakobson com as ideias saussureanas.

    Verônica

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    1. Verônica,

      Sei que o texto de Nilce Sant'Anna apresenta Jakobson, mas ele é referência de tudo e nada porque ao mesmo tempo em que Jakobson, na condição de maior referência na Teoria e Crítica Literárias, influencia quase todas as correntes, acaba não podendo ser caracterizado por nenhuma delas, justamente por ter um dedinho, uma mãozinha, um pé ou mais em quase todas as correntes.

      Então as pessoas em geral marcam diferenças entre Formalismo Russo e Círculo de Praga, tanto é que chegam a tratá-los como duas correntes, malgrado as semelhanças. Depois, Jakobson ainda se aproximou do Estruturalismo - ou formalismo francês - principalmente ao analisar o poema de Baudelaire "Les chats".

      A relação entre Jakobson e Saussure vai depender de qual Jakobson vc tá falando. O Jakobson funcionalista está diretamente relacionado à Linguística porque foi nessa fase em que ele pensou as funções da linguagem, tomando o objeto literário ainda como apenas uma das opções do discurso. Jakobson nesse momento representava as últimas linhas-de-força de uma ambiciosa Linguística que, para além da Linguística Geral, queria uma Linguística Total ou Absoluta, isto é, aquela capaz de reduzir qualquer coisa apenas para fazer funcionar o sistema fabuloso e vaidoso. Assim como também em nosso setor Teoria e Crítica Literária há aqueles fanáticos que reduzem tudo ao literário.

      De modo que, na Linguística Total desse Jakobson funcional (praticamente sua segunda dentre tantas fases e até faces), o texto literário aparece então como resultado do exercício linguístico voltado a certos interesses e limites: se a mensagem é elaborada com preocupação na própria construção da mensagem, esta mensagem é poética. Então o discurso literário, isto é, a obra literária seria então o texto com explícitas marcas que evidenciam a atenção na elaboração, na composição, na construção. A pergunta que caberia fazer a Jakobson já foi feita pelo Grupo µ, liderado por Jacques Dubois: slogans de propaganda que evidenciam sinais de atenção redobrada na construção são poesia? Exemplos dados pelo Grupo µ: a frase "I like Ike" é poesia? "Ponha um tigre no seu carro" é poesia? Veremos, a seu tempo, que a resposta dada pelo próprio Grupo µ é insuficiente, pois decidiram relativizar Jakobson, em vez de criticá-lo: quiseram abrir a diferença entre função poética e poema que não estou certo se Jakobson assim pensava. Para salvar Jakobson, criaram um problema epistemológico mais grave, dado o nível em que se encontram suas reflexões: teremos agora de lidar com dois tipos de fenômeno estético, os que cumprem a função poética mas ainda não integra o repertório específico de poesia, ao lado dos que, cumprindo a função poética conseguem enfim alcançar o nível da poesia? Qual diferença haveria entre os dois, senão o prestígio social ou o lugar já determinado para a propaganda e a literatura? Passaríamos a ter que discutir novamente a Estética da Recepção, a mesmo antes dela, a sociologia da literatura que também pensa a definição de literatura segundo as instituições sociais que assim apontam o que seja literatura?

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  18. Professor, vimos o esforço de alguns teóricos, como Spitzer e Damaso, em desvendar a obra literária. Spitzer se mostrava preocupado com manifestação do autor na obra e Damaso refletia sobre o mistério da criação poética. Sabemos que a obra literária cria seu próprio mundo, não sendo, portanto uma cópia da realidade. O questionamento que vem é se não recria a realidade, como é que classificamos as obras por estilos de épocas? Como alguns autores analisam um conjunto de poemas e/ou obras e dizem que pertencem a tal movimento? Como é feita essa análise crítica? E hoje, qual o panorama da análise crítica? Quem são seus nomes?

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    1. Fernanda, sua premissa está equivocada: "não recria a realidade". Sua premissa está errada porque a obra literária recria a realidade. O que a obra literária não faz é seguir a marcha da história como se fosse um dos elementos constitutivos, sem chances de marchar sozinha de vez em quando, dentro do mosaico sócio-histórico. Classificamos em estilos de época porque temos essa ilusão: que o período estilístico seria, então, uma expressão do período histórico. Ainda que mantenha a distinção entre ficção e história, essa concepção de literatura ainda a subordina, em certo grau, à dimensão do histórico, porque a faz obedecer-lhe à marcha. E a grande dimensão da obra literária é a dimensão imaginária, ficcional. Daí que temos de organizar os estilos por critérios mais linguísticos, isto é, mais atentos ao texto, como, por exemplo, estado idiomático, vocabulário, sintaxe. Hoje a análise é feita explorando apenas o conteúdo, ora na paráfrase, ou na paródia, às vezes no impressionismo, raramente na hermenêutica.

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    2. Você quer saber também quem ocupa hoje as fileiras da crítica literária. Vou te citar referências mortas há pouco tempo ou ainda vivas, que, por conta de sua longa carreira, influenciaram toda a área de Letras, aprovados ou criticados, mas sempre mencionados e respeitados:
      Luiz Costa Lima
      Silviano Santiago
      Lucia Helena
      Antonio Candido
      David Arriguci Jr.
      João Adolfo Hansen (pelo menos o de Sátira e engenho, com o qual ficou conhecido)
      Roberto Schwarz

      São críticos que pertencem a uma linhagem - se podemos usar essa terminologia de Wilson Martins - uma linhagem contextualista, mesmo sob diferentes perspectivas como a histórica, sociológica, culturalista. Trabalham a obra literária pensando permanentemente sua relação com a dinâmica social.

      Outros críticos permanecem no fenômeno literário, explorando-o pela hermenêutica, dentro de uma pauta filosófica. Esta índole parece que valoriza a obra literária, mas cumpre o desvio da missão crítica como alertou Wimsatt ainda em 1940 e 1950: a falácia comunicativa, isto é, aquela que sustenta a análise literária como exposição de uma teoria filosófica. O objeto literário serve apenas como explicitação de uma filosofia, sendo esta o principal foco. Desse time pertencem críticos como:
      Benedito Nunes
      Manuel Antônio de Castro

      Críticos que, sem recorrer à filosofia, trabalham descortinando "sentidos implícitos" integram esse grupo de visão intrínseca da análise literária, mas, como seus pares, quase sempre descartam análise formal, estilística e retórica. Exemplos:
      Alfredo Bosi
      Antônio Carlos Secchin
      Ivan Junqueira
      John Gledson
      Este grupo precisa da precariedade interpretativa em geral: uma vez entendidos os conteúdos implícitos, para que esta crítica funcionaria?

      O outro lado da moeda, isto é, críticos que privilegiavam a forma, e compreender ou analisar o conteúdo torna-se consequência da observação estrutural:
      M. Cavalcanti Proença
      Arthur Torres
      Edward Lopes
      Luciana Santaella

      Os moderados, isto é, aqueles que tendiam ao formalismo mas com altas doses de análise do conteúdo:
      Affonso Romano de Sant'Anna
      Regina Zilberman
      (mudados a partir de 1990 para o conteudismo)

      Um grupo absolutamente neutro, que trabalha igualitariamente forma e conteúdo:
      Leodegário Amarante de Azevedo Filho
      Eduardo Portella
      José Guilherme Merquior
      Eugênio Gomes
      Othon Moacyr Garcia
      Antônio Houaiss

      Meus trabalhos vêm da linha hermenêutica: conteúdos da obra literária revelam adequações ou inadequações com as instituições terminológicas da área, isto é, se as categorias empregadas para definir e caracterizar um objeto estão de fato corretas. Por isso, mistura-se constantemente à teoria da literatura. E para evidenciar as ideias programáticas que caracterizam uma obra ou estilo de modo a corrigir lugares e classificações, muitas vezes é necessário entrar pelo campo filosófico: para provar que o simbolismo busca o infinito, por exemplo, é preciso definir infinito e mostrar sua aparição no mundo ficcional ou no texto. No entanto, meu trabalho começa a explorar mais a forma, em direção a um método de crítica global.

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  19. Atenção alunos!!!

    1 - Esgota-se amanhã o prazo para entrega da atividade 1 do curso de extensão "O Formalismo em Teoria Literária": apresentar mínimo de 200 palavras numa resenha crítica a respeito do texto de Nilce Sant'Anna.

    2 - Agendamento da atividade 2:

    2.1 (2h) ler o texto "a teoria do método formal", de Boris Eikhenbaum no livro "Teoria da literatura: formalistas russos"
    2.2 (3h) resenha crítica de 200 palavras.
    Prazo: 27/06.
    Carga horária parcial: 10 horas (metade do curso).

    Em tempo: o direito a certificado está garantido a quem cumprir 75% do curso, isto é, conseguir completar 16 horas. Perdendo essas duas atividades, adeus certificado!!!

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    1. Texto disponível em: http://pt.scribd.com/doc/50376289/Teoria-Da-Literatura-Formalistas-Russos

      Nota do Administrador: não nos responsabilizamos pelos direitos autorais de qualquer material citado neste blog, pois é responsabilidade do site hospedeiro.

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  20. Introdução a Estilística, texto de Nilce Sant’Anna Martins.
    Resenha
    É no século XX que a estilística passa designar uma nova disciplina ligada á linguística, liderada por duas correntes: Charles Bally com a estilística da língua e Leo Sptizer com a figura exponencial da estilística literária.
    Varias definições da estilística foram feitas por estudiosos como: O que peculiar e preferencial em uma fala; compreendida como ênfase ( expressiva afetiva ou estética); conjunto de probabilidades contextuais dos seus itens linguísticos; está presente nas mensagens em que há elaboração da mensagem.
    Estilo é toda a característica particular de uma individuo, maneira única que cada um tem de construir seu mundo, manifestando em qualquer exercício de linguagem, leitura do universo literário.
    As definições dadas por linguistas mostra que são voltadas para o particular de cada individuo, assim tendo dificuldades para suas classificações.
    Nilce San` Anna Matins noa mostras a estilística da língua iniciada por Ferdinand de Saussure e Charles Bally volta-se aos aspectos afetivos da lingua falada.Ela fala também da estilística como sociolinguística que diz que linguística é a disciplina acadêmica que estuda cientificamente a linguagem e ela é uma parte dessa disciplina que estuda certos aspectos da varição linguística. Também tem a Estilística literária que é iniciada por Leo Sptzer que faz a reflexão de cunho psicológico , sobre os desvios da linguagem em relação ao uso comum. A estilística funcional e estrutural que se baseia nos estudos de Roman Jakobson que a Estilística é vista com funcional quando relacionada as funções da linguagem.
    Vários estudiosos se dedicaram aos estudos da estilística, ela é uma disciplina ligada a linguística tendo com grande percurso Charles Bally ( Expressividade); e Leo Sptzer ( corrente estilística literária ); e também a corrente literária de D.Alonso que mostrou que o objetivo da estilística é amplo e gobal.
    A Literatura é plenitude de liberdade de cada ser existente mundo, assim tornado o estilo a maneira particular de manifestar a relação que cada obra de arte tem , fazendo com que o individuo seja dono de seu discurso e não seguidor de discurso dos outros,

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  21. Professor Camillo
    Sobre vários rumos que os teóricos tomaram para definir a Estilística, existe uma definição que seja mais correta ou satisfatória para o que seja realmente o objetivo da Estilística?

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    1. Sim, aquela que reunir melhor a essência e os atributos, isto é, com riqueza de detalhes e profundidade na discussão. Um dos caminhos é o método de crítica global, minha proposta em apostila para a unidade II, que provavelmente cairá somente na Unidade III.

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  22. Tarefa: Resenha crítica sobre o texto de Nilce Sant'Anna.

    Nilce Sant’Anna apresenta em seu texto um breve estudo sobre estilística e os conceitos de estilo.
    O estilo é o objeto de estudo da estilística que por sua vez é a disciplina que estuda a linguagem.
    O estilo possui vários conceitos e um deles se aplica a tudo que possa expor propriedades particulares de um determinado individuo, propriedades estas que variam entre as fatos mais banais às mais altas ideias artísticas.
    O estilo é um elemento humano de ampla diversidade, ou seja, cada ser possui-o de forma única, sempre distinta entre duas pessoas.
    O estudo da estilística está ligado à Linguística e é dividida em duas correntes: a estilística da língua liderada por Charles Bally que enfatiza a expressão natural da linguagem e a estilística literária liderada por Leo Spitzer que estuda as formas de expressão artística individual, esta por sua vez apresenta outros estilísticos como Dámaso Alonso que designa estilística como uma disciplina que estuda a amplitude do conceito e do afeto.
    A estilística é também considerada como sociolinguística, que tem por conceito a disciplina que estuda a diversificação linguísticas e leva em consideração o fato de que em diferentes situações cotidianas usaremos respectivamente, diferentes formas de nos comunicar.
    Também considerada como funcional e estrutural está relacionada às funções da linguagem e se baseia nas relações dos elementos do texto.
    A estilística pode ser considerada como ciência se tiver um método para analisar a linguagem.

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  23. Prezados alunos, bom dia!!!

    Hoje termina o prazo da atividade 1, referente ao texto de Nilce Sant'Anna. Ainda há tempo de finalizar durante o dia, pois são apenas 200 palavras, sendo que muitos se empolgaram e escreveram mais. Parabéns aos que trabalham! Todos conhecem a lei universal: quem planta, colhe.

    Em tempo: adquira já o livro MÉTODO DE CRÍTICA GLOBAL, texto didático disponibilizado pela livraria da UESB, a preço módico.

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    1. O estudo das possibildades de construção do estilo é a tarefa da Estilística, que através de uma norma lingüística aplica formas para se obter determinados efeitos desejados.
      Muitas das definições sobre Estilística tem certa semelhança com as teorias de Charles Bally sendo ele um dos que iniciaram a Linguística Moderna. Ele se ocupou com o modo expressivo da língua como um todo excluindo a análise de um indivíduo isolado e separando a Estilística da literatura.
      Nilce Sant' Anna Martins, fez análise das variedades de conceitos sobre Estilo que iniciou em Bally , Spitizer e outros que tentaram definir o estilo. Bally se voltou para os aspectos afetivo da língua falada e espontânea, e foi o primeiro a distinguir o conteúdo lingüístico do conteúdo estilístico. Nilce em seu texto sobre Introdução à Estilística menciona sobre os teóricos Marouzeau e Cressot que analisaram os procedimentos expressivos literários descrevendo a linguagem literária e não o estudo da obra em si ou autores. Tem-se também Manuel Rodrigues estudando valores expressivos do vocabulário português que tem ligação com Bally. O linguísta Mattoso Câmara Jr que considera a estilística como meio de estudo de como exprimir estados psíquicos. E os linguístas David Crystal e Derek Davy que apresentaram semelhança com Bally no sentido de que Bally exclui a visão parcial da língua, em que, esta visão não inclui as variedades do uso da linguagem na vida social e psíquica. Para estes autores a Estilística é uma parte da Linguística que estuda a variação do modo de expressão em determinadas situações. E Para Nilce a Estilística estuda essas variedades, quer da língua falada ou da língua escrita, sendo essa estilística heterogênea, usada por todos os interessados no uso da linguagem na sociedade (Estilística Sociolinguística) podendo ser usada por diferentes classes.
      .

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  24. Professor segue a primeira resenha crítica que foi passada sobre o livro Introdução a Estilística, de Nilce Sant`Anna Martins. Era para ser entregue até o dia 20/06 (ontem), mas por motivos pessoais eu não conseguir postar aqui no blog. Espero que você considere ao menos parte da carga horária.



    Introdução a Estilística, livro de Nilce Sant`Anna Martins.
    A autora começa o seu texto dando a definição de Estilística como sendo uma das disciplinas voltadas para os fenômenos da linguagem, tendo como objetivo estilo. Pode-se observar,segundo a autora, que dos teóricos da estilística alguns só consideram o estilo na língua literária, outros o consideram nos diversos usos da língua.
    É no século XX que o termo “estilística” passa a designar uma nova disciplina ligada à linguística e tem como fundadores Charles Bally, doutrinado da Estilística da língua e Leo Spitzer, figura exponencial da estilística literária.
    Com fundamentos nos estudos de Ferdinand de Saussure, Charles Bally se volta para os aspectos afetivos da língua falada. Bally através dos seus estudos inicia a Estilística da língua ou da expressão linguística, que se trata da descrição do equipamento expressivo da língua como um todo, opondo a sua estilística ao estudo dos estilos individuais e afastando-se portanto da literatura.
    Outra grande corrente da Estilística mencionado no texto é a estilística literária que foi iniciada por Leo Spitzer,também chamada idealista, psicológica e genética.
    A estilística de Spitzer faz reflexão sobre os desvios da linguagem em relação ao uso comum, uma emoção, uma alteração do estado psíquico normal provoca um afastamento, segundo ele, do uso linguístico normal. Segundo Spitzer o estilo do escritor reflete o seu mundo interior, a sua vivencia. Ele ainda concebeu um método de estudo de estilo que chamou “círculo filológico”.
    Na corrente da Estilística literária deve ser mencionada também a doutrina de Dâmaso Alonso, poeta, filólogo, e linguista espanhol.
    Dâmaso Alonso faz a apologia da Estilística literária, que deve ser considerada "irmã mais velha e guia de toda estilística da fala usual e não sua borralheira", sendo a diferença entre fala usual e fala literária questão de matiz e grau. O objeto da Estilística é bem amplo, global, abrangendo "o imagina¬tivo, o afetivo e o conceitual".

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  25. Professor segue a Resenha Crítica texto "a teoria do método formal", de Boris Eikhenbaum no livro "Teoria da literatura: formalistas russos".


    Boris Eikhenbaum, um dos formalistas russos, é o criador do artigo chamado “A teoria do Método formal”, que abre o volume do livro “Teoria da Literatura: formalistas russos”.
    Boris Eikhenbaum aborda no texto “A teoria do Método formal” que o maior interesse dos formalistas não é o problema do método nos estudos literários, mas o da literatura enquanto objeto de estudo.
    Segundo o autor o que importa é mostrar como surgiu o trabalho dos formalistas, como e para onde ele evolui, e que o elemento evolutivo é muito importante para a história do método formal.
    Eikhenbaum afirma que a sua tarefa principal é mostrar como evoluindo e atendo-se ao domínio do seu estudo, o método formal superou completamente os limites do que chamamos geralmente metodologia e como ele se transformou numa ciência autônoma e que, tem por objetivo a literatura considerada como série especifica de fatos.
    Segundo o autor, os formalistas se separaram da estética, e esta separação é um fenômeno que caracteriza mais ou menos todos os estudos contemporâneos sobre a arte. Os formalistas se concentraram sobre os problemas concretos propostos pela analise da obra de arte.
    As noções e os princípios elaborados pelos formalistas e tomados para fundamento dos seus estudos visaram sempre ao caráter concreto, assim fizeram uma “renascença da poética”.
    Uma das atitudes que caracterizava os formalistas era: Uma recusa às premissas filosófica, ás interpretações psicológicas , estéticas etc. Os formalistas também combateram a invasão de campos alheios: história, psicologia, filosofia etc.
    Podemos destacar, entre tantos outros teóricos, Romam Jakobson, formalista russo, que afirmava que o objetivo da ciência literária não é a literatura, mas a literariedade, ou seja, o que faz de uma dada obra, uma obra literária. Ele ainda tem Saussure como referência de suas teses, revelando assim que os formalistas investiram na aproximação com a linguística.
    Para finalizar, ainda que haja muitos outros assuntos que poderíamos abordar, destacamos que a preocupação com a história literária finaliza os principais objetivos do Formalismo Russo.

    Ass: Verônica



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  26. Teoria da Literatura: Formalistas Russos, texto “A teoria do Método Formal”.

    EIKHENBAUM, Boris Mikhailovich (1886-1959) um dos integrantes do Círculo de Moscou grupo (OPOIAZ), criticando-se, sobretudo o afastamento dos novos linguistas dos “princípios eternos da arte”.

    No texto o autor diz que o chamado “método formal” não resulta da constituição de um sistema “metodológico” particular, mas dos esforços para a criação de uma ciência autônoma e concreta, e que para os formalistas o essencial não é o problema do método nos estudos literários, mas o da literatura enquanto objeto de estudo. E sua tarefa principal nesse texto é mostrar como o método formal superou os limites da metodologia.
    Segundo o autor as especificações e a concretização da ciência era o princípio organizador do método formal. Que os formalistas negavam não o método, mas a confusão irresponsável de diferentes ciências e problemas científicos.
    Diz o que ilustrou um procedimento metodológico foi o confronto da língua poética com a língua quotidiana e serviu de ponto de partida para o trabalho dos formalistas sobre os problemas da poética, enquanto estudiosos tradicionais orientavam seus trabalhos em direção à história da cultura, os formalistas se orientavam para a linguística que se apresentava como ciência paralela à poética propondo outros objetivos. E que os linguistas também estavam interessados no método formal.
    Segundo o autor do texto conclui que a língua poética não é unicamente uma língua de imagens e que os sons do verso não são somente os elementos de uma harmonia exterior.
    Ele ressalta que os principais esforços dos formalistas não se conduziam de um método particular, mas visam estabelecer a tese segundo o qual devemos estudar os traços específicos da arte literária. Que importava era destruir a correlação tradicional e enriquecer a noção de forma em um método novo.
    Mostra que enquanto grupo da Opoiaz se enriquecia a principal diferenciação visava à linha de demarcação entre a prosa e o verso, opondo-se, os simbolistas tentavam abolir a fronteira entre a poesia e o verso.
    A imagem da evolução literária tornara-se complexa com os seus conflitos e suas revoluções. Indica que cada época literária contem várias escolas literárias.
    Ainda fala de trabalhos de estudos que se preocupam com os escritos de segunda ordem e com estudos minuciosos da tradição, das mudanças de gênero e de estilos; diferenciação ulterior das noções da teoria e história literária, novos textos, descoberta de novas questões. Ratifica que a ciência evolui e que evoluímos com ela.



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  27. Tarefa 2:

    A teoria literária extraída dos textos de vários críticos russos só chegou ao Brasil motivada por René Wellek e Austin warren, resolvendo então uma série de questões de natureza técnico-literária, pois, até então a grande crítica brasileira não preocupava em como deveria fazer a arte literária em seu aspecto formal.
    Desse modo os formalistas instituem o método formal para a criação de uma ciência autônoma e autêntica, pois eles entendiam que a literatura é essencial enquanto objeto de estudo e não o problema no método dos estudos literários.
    Além disso, os formalistas entendiam que a teoria e a história forma uma unidade e atêm-se ao espírito ou a letra dessa opinião.
    O método formal dedicado à ampliação do horizonte científico tende as questões formais ligados ao estilo poético no amplo sentido da palavra, estudando assim, o uso da língua como material de criação literária.
    A arte como procedimento é uma ideia que está enraizada na consciência de muita gente. Segundo Potebnia não existe arte e particularmente poesia sem imagem, propõe assim certa maneira de pensar e conhecer a literatura.
    A tarefa da estilística consiste então em conhecer o estilo individual de autor, independente de toda tradição, de toda obra contemporânea e conhecer a organização estética.
    Boris Eikhenbaum aponta a posição de vários estilísticos em sua obra, em relação ao estudo formal da literatura.



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  28. Resenha critica
    Teoria da Literatura: Formalistas Russos, texto “A teoria do Método Formal”.
    Boris Eikhenbaun no seu artigo mostra a importância do elemento evolutivo para a história do método formal.
    Segundo Eikhenbaun o método formal superou os limites da metodologia e se transformou em uma ciência autonôma, tendo por objetivo a literatura a literatura como serie especifica de fatos. " Método formal" um termo histórico e não como uma definição justa.
    O que mostrou um procedimento metodológico foi o confronto da língua cotidiana que serviu para o trabalho dos formulistas a cerca dos problemas poéticos, enquanto isso outros estudiosos tradicionais destinavam seus trabalhos à história da cultura, os formulistas se voltavam para a linguística como ciência paralela com á poética.
    Ele declara no seu texto a separação da estética que é um fenômeno que caracteriza os estudos contemporâneos sobre a arte.
    Os formalistas estabeleciam estudar os traços específicos da arte literária os estudos, deles não se conduziam a um método particular, que buscavam destruir a correlação tradicional e aumentar a noção de um método novo.
    Assim fizeram "renascença da poética", que são princípios elaborados pelos formalistas para visar o caráter concreto, eles combatiam interpretações estéticas, psicológica e campos alheios como a história, psicologia e a filosofia.
    Ele fala de trabalhos e estudos que teve preocupação com os escritos de segunda ordem, da mudança de gênero e de estilos, história literária, novos textos , ou seja preocupação com a história literária.
    A língua poética difere da língua prosaica pelo caráter perceptível de sua construção.
    Não se tem uma teoria que poderia se expor sob a forma de uma sistema imutável e completa.

    Natália Santos da Silva

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  29. COMUNICADO GERAL: PRAZO PARA ENTREGA DOS TRABALHOS: 24 DE JUNHO

    Atenção alunos,

    I) do Curso "Literatura Brasileira Oitocentista Aprofundada" (20h):

    Termina amanhã o prazo para a atividade 1: escolher os poemas para aplicação do método:
    - três poemas de cada autor da tríade romântica que evidenciem semelhanças entre os três
    - três poemas de cada autor da tríade romântica que evidenciem diferenças entre os três

    II) do Curso "Formalismo em Teoria Literária" (20h):

    Prorrogado para 23/06 o prazo de entrega da atividade 1, devido às manifestações cívicas.

    "O professor tem que entender os tempos e o contratempos da vida". (Paulo Freire, Pedagogia da Autonomia).

    Nota do Administrador: são 23:50 do dia 24/06. Todos os prazos para finalização da atividade 1 estão encerrados.

    ATENÇÃO PARA ATIVIDADE 2 (ainda é possível o certificado se fizer essa tarefa):
    (2h) ler o texto "a teoria do método formal", de Boris Eikhenbaum no livro "Teoria da literatura: formalistas russos"
    (3h) resenha crítica de 200 palavras.
    Prazo: 27/06.

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  30. Atividade 2 - Resenha crítica - A teoria do "método formal" de Eikhenbaum

    Eikhenbaum um dos formalistas russos, no seu artigo “A teoria do método formal” afirma que o “método formal” resulta dos esforços para a criação de uma ciência autônoma e concreta. Para o formalistas ( grupo de teóricos que formaram uma Sociedade para o Estudo da Língua Poética – OPOIAZ), o essencial não era o problema do método nos estudos literários, mas a literatura como objeto de estudo.
    Nesse artigo, Eikhenbaum mostra a evolução do “método formal”, a sua transformação em ciência autônoma, que tem como objetivo a literatura considerada como série específica dos fatos.
    O formalismo se separa da teoria estética e também se mostra como um sistema móvel, flexível. Deseja a criação de uma ciência literária autônoma a partir das qualidades intrínsecas do material literário. Objetiva a consciência teórica dos fatos que se destacam na arte literária enquanto tal.
    Os formalistas consideravam a literatura como série específica de fatos em oposição a séries históricas, embora houvesse diálogo entre elas. Entraram em conflito com os simbolistas, libertando a palavra poética das tendências filosóficas e religiosas da época. O positivismo científico que caracteriza os formalistas é uma recusa às premissas filosóficas, às interpretações psicológicas e estéticas, etc. Ocupava-se dos fatos. A arte queria ser examinada de perto, a ciência se exigia concreta. Esse principio de especificação e concretização da ciência, era o princípio organizador do método formal. Os formalistas estabeleceram que o objeto da ciência literária deve ser o estudo das particularidades especificas dos objetos literários. Jakobson definiu essa ideia “ O objeto da ciência literária não é a literatura, mas a “literaturidade”, ou seja, o que faz de uma obra dada uma obra literária”.
    Fizeram ressurgir a Renascença poética, trazendo elementos de Retórica e a sistematicidade da poética. Combateram a invasão de campo alheios: historia, psicologia, filosofia, etc.
    Os primeiros estudos do Opoiaz foram desenvolvidos e abalizados na metodologia que confrontava a língua poética com a língua quotidiana, sendo base de estudo para os problemas fundamentais da poética. Houve aqui uma aproximação com a linguística. Jacobinski, no seu artigo. “Sobre o sons da língua poética” realizou o confronto entre as línguas poética e quotidiana. Na norma, as formas linguísticas ( sons, morfemas, etc.) não tem valor estético e são meros meios de comunicação, enquanto na língua poética, verifica-se oscilação de valores, num uso linguístico que não se esgota na comunicação.
    Foi nas conclusões derivadas do problema dos sons na poesia e da língua transracional que houve o primeiro embate com os simbolistas que desvalorizavam o desenvolvimentos dos sons na língua poética. Revelando a ligação entre formalismo e futurismo, estes que lutaram contra os teóricos simbolistas.
    Chklovski mostrou que “as pessoas fazem por vezes uso das palavras sem referir-se ao seu sentido”. Esse fenômeno foi denominado como construção transracional.
    Os formalistas concluíram que a língua poética não é unicamente uma língua de imagens e que os sons do verso não são somente os elementos de uma harmonia exterior, que não só acompanha o sentido, mas que eles próprios tem uma significação autônoma. Dessa forma reexaminaram a teoria de Potebnia que afirmava “que a poesia é um pensamento por imagens”. Os formalistas russos defendem o valor autônomo dos sons do verso.
    Brik concluiu que “qualquer que seja a maneira pela qual se consideram as relações entre a imagem e o som, devemos concluir que os sons e as consonâncias não são um puro suplemento eufônico, mas o resultado de um desejo poético autônomo”.
    A teoria do verso estudava o ritmo como fundamento construtivo do verso que determina todos os seus elementos, acústicos e não-acústicos. A métrica ficou apenas como poética mínima.

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    1. CONTINUANDO:

      Eikhenbaum apoiando-se na noção de melodia como um sistema de entonação, distinguiu três estilos fundamentais na poesia lírica: declamatório ( oratória); melodioso e falado.
      Por fim, Eikhenbaum no seu balanço geral, relata que a Opoiaz realizou o próprio modelo de trabalho coletivo. Compreenderam o trabalho, como um trabalho histórico. A teoria do método formal não é um sistema imutável e completo. Teoria e história formam uma unidade. Reconheceram que a ciência evolui e que evoluímos com ela.

      Bebo ao lar em pedaços,
      À minha vida feroz,
      À solidão dos abraços
      E a ti, num brinde, ergo a voz...
      Ao lábio que me traiu,
      Aos mortos que nada vêem,
      Ao mundo, estúpido e vil,
      A Deus, por não salvar ninguém.
      Anna Akhmátova - Tradução de Rubens Figueiredo

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  31. Atenção alunos do curso "O Formalismo em Teoria Literária",

    (data e hora: 0:00 de 27/06 de 2013)

    Durante essa bela quinta-feira, você pode aproveitar o curso do Prof. Camillo e somar horas para suas atividades científicas na integralização do currículo.

    (2h) ler o texto "a teoria do método formal", de Boris Eikhenbaum no livro "Teoria da literatura: formalistas russos"
    (3h) resenha crítica de 200 palavras.
    Prazo: 27/06.

    Texto disponível em: http://pt.scribd.com/doc/50376289/Teoria-Da-Literatura-Formalistas-Russos

    Nota do Administrador: não nos responsabilizamos pelos direitos autorais de qualquer material citado neste blog, pois é responsabilidade do site hospedeiro.

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  32. Atenção alunos do curso "O Formalismo em Teoria Literária",

    Agendamento da Atividade 3:

    3.1 (2h) Ler até a pág 7 o artigo sobre New Criticism disponível neste link http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/anagrama/article/viewFile/7882/7362 ;
    3.2 (3h) Elaborar resenha crítica (mínimo 200 palavras).

    Prazo: 12/07.

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  33. Atividade 3-Resenha crítica sobre New Criticism.


    New Criticism compreende um modelo inovador de encarar as obras literárias. Essa corrente deixou um núcleo conservador de várias camadas sociais, cujos homens das Letras estabeleciam desconexões entre o autor e a obra, entre a história e o texto, entre a emoção de quem escreve e a obra literária. Mas não possuem nenhum relacionamento histórico com o Formalismo Russo.
    A ideia é de que todo texto deve ser interpretado em sua própria unidade e autonomia. O crítico Eliot, em suas conclusões sobre o assunto, distancia-se da ideia de que um poema é uma expressão da personalidade e dos sentimentos vividos por quem o escreveu e que a visão individual deve se transformar em uma sabedoria técnica, já que um texto é a apropriação da tradição literária. Para Ele, o autor não deve trabalhar com suas emoções próprias na produção de um poema, mas com símbolos universais que causem reação emocional. Encontrando um "correlato objetivo” (causar no leitor de um poema a emoção desejada).
    O movimento é nomeado New Criticism a partir da publicação da obra de John Crowe Ramson, para ele o enunciado poético deve ser abordado como se fosse um curto drama, havendo nele um falante, uma estória e sua transmissão a um ouvinte. E que um poema deve ser tratado dispersando-se do registro da realidade.
    O New Criticism busca fazer na obra uma análise com maior nitidez na descrição, ignorando o contexto. Possuem um caráter antibiográfico e anti-histórico. Tem dois conceitos importantes: a falácia intencional (a ideia de que o entendimento de um texto resulta da descoberta da intenção do autor ou da identificação de seus sentimentos, quando se analisa uma obra de arte pela a intenção do autor que a produziu) e a falácia emocional (designa a ideia de que a análise do texto literário se confunde com o exame da emoção provocada por ele). Para os New Critics, a crítica tem por objetivo apurar em um poema propriedades que o transformam em poesia, e a emoção sentida ao fim da leitura de um texto sendo fictícia.
    Afrânio Coutinho difundiu os ideais do New Critics no Brasil, seu maior objetivo
    era de criar uma consciência crítica diferente, de modo consciente. Defendia a ideia de que os “novos críticos” brasileiros deveriam ser especialistas levados a exercer o seu papel em diferentes frentes, a fim de criar uma crítica sólida baseada nos ideias norte-americanos.
    O escritor estadunidense Isaac Asimov, satirizou o New Criticism. Para ele, a visão da “nova crítica” norte americana não dava conta de todos os aspectos envolvidos em uma obra literária, ou seja, esquecendo-se os aspectos extrínsecos do texto, muitos dados importantes são retirados da análise, tornando-a incompleta, insuficiente. Então, usa aspectos extrínsecos ao texto, para criticar o modelo de corrente crítica que visa somente a análise dos aspectos intrínsecos.


    Mary Christian.

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  34. Atividade 3-Resenha crítica:

    Para uma Análise Intrínseca das Letras: o New Criticism

    “A crítica literária tem por função analisar os textos e admitir sobre eles juízo de valor e modalidades de inspeção do texto, de acordo com o ponto de vista de cada corrente.” Estudar a trajetória do New Criticism, afirma o autor do artigo, compreende entender um modelo novo de encarar as obras literárias. A corrente crítica New Criticism, foi assim nomeada em 1940 nos Estados Unidos por John Crowen Ransom; mas é por volta de 1920 que esta corrente surge a partir de um ensaio intitulado Tradition and the individual talent feito por Thomas Stearns Eliot. O new Criticism ou nova crítica (como pode ser traduzido) tem como princípio a ideia de que todo texto deve ser interpretado em sua própria unidade e autonomia. Segundo o crítico literário Eliot, que foi destaque do new Criticism, a visão individual deve transformar em uma sabedoria técnica, já que um texto é a apropriação da tradição literária. O new Criticism entende que o contexto onde a tal obra foi produzida pode ser ignorado, buscando sempre fazer nela uma análise mais precisa e com maior nitidez na descrição; Os new critics inovam ao possuírem um caráter completamente antibiográfico e anti-histórico.
    Quase todos os críticos literários adeptos a essa corrente dirigiam sua visão ao desprezo da intenção do autor e da história social em que o poema estaria inserido. Com isso, foram configurados dois conceitos de grande importância na Nova Crítica: A falácia intencional, que ocorre, segundo o autor, quando se analisa uma obra de arte pelo viés da intenção do autor que a produziu; e a falácia emocional que designa a ideia de que a análise do texto literário se confunde com ele.

    Ass: Verônica

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  35. Atenção alunos do curso "O Formalismo em Teoria Literária",

    Lembrando novamente: "o curso está em curso", isto é, não percam o prazo que se aproxima!!!

    Agendamento da Atividade 3:

    3.1 (2h) Ler até a pág 7 o artigo sobre New Criticism disponível neste link http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/anagrama/article/viewFile/7882/7362 ;
    3.2 (3h) Elaborar resenha crítica (mínimo 200 palavras).

    Prazo: 12/07.

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    1. ATIVIDADE 3 - New Criticismo

      O New Criticismo surgiu em 1940 como um modelo inovador de análise literária.
      Sabemos que a crítica literária tem por função analisar os textos e realizar juízo de valor, bem como inspecionar suas modalidades levando em consideração o ponto de vista de cada corrente. O New Criticism surgiu rompendo a ideia de que a literatura só pode ser interpretada sob o prisma de outra ciência, da visão do autor ou da escola literária vigorante. O nome da corrente vem do livro de John Crowe Ransom que o autor aprofunda e analisa o postulados de outros críticos também debruçados nessa causa literária. Ramson conclui que o enunciado poético deve ser abordado como se fosse um curto drama, havendo nele um falante, uma estória e sua transmissão a um ouvinte. Para ele o poema deve ser tratado dispersando-se do registro da realidade: um poema de gênero lírico, satírico, dramático ou épico, sempre apresenta em si uma ficção, e como tal deve ser entendido e apreciado. Em 1920, o autor Thomas Stearns Eliot escreve um ensaio intitulado Tradition and the individual talent. Em 1924, Ivor Armstrong Richards publicou o livro Principles of criticism onde defendia os postulados do New Criticism, embora alguns tenham criticado a sua visão. Outro precursor, que teve destaque no movimento, foi William Empson com a publicação Seven types of ambiguity. É relevante ressaltar que o Formalismo Russo não possui nenhum relacionamento histórico com o New Cristicism, apesar de terem ocorrido na mesma época.
      A Nova Crítica tem como princípio básico a ideia de que todo texto deve ser interpretado em sua própria unidade e autonomia. Eliot, em suas conclusões acerca do assunto, distancia-se da ideia que o poema é uma expressão da personalidade e dos sentimentos vividos por quem o escreveu. Pregava que a visão individual deve se transformar em uma sabedoria técnica, já que um texto é a apropriação da tradição literária. Ele é o autor de umas das definições mais consagradas do New Criticism: o correlato objetivo, conceito que trata da formulação de um grupo de objetos, situações ou paisagens como o poder de causar no leitor de um poema a emoção desejada. Eliot defendia que o autor não deve trabalhar com suas emoções próprias na produção de um poema, mas com símbolos universais que causem reação emocional.
      “…Tomaram-se os signos por prodígios: "Queremos um signo!"
      A Palavra dentro da palavra, incapaz de dizer uma palavra,
      Envolta nas gazes da escuridão…”
      T.S. Eliot

      O movimento, New Criticism, entende que o contexto em que determinada obra foi produzida pode ser ignorado, buscando sempre fazer nela uma análise mais precisa e com maior nitidez na descrição, possuem caráter anti-biográfico e anti-histórico. O movimento deliberou que os críticos fizessem uma leitura minuciosa do poema (close reading), apreciando-o emocionalmente, buscando resolver as tensões entre as diversas unidades semânticas do texto que independem das emoções do autor, ainda que essas emoções possam ter ocorrido durante a produção.

      Outros dois conceitos foram de grande importância e usado pelos críticos do movimento, foram escritos na parceria entre Wimsatt e Beardsley. São eles: a falácia intencional, que consiste na ideia de que o entendimento de um texto resulta da descoberta da intenção do autor ou da identificação de seus sentimentos, ocorre quando se analisa uma obra de arte pelo viés da intenção do autor que a produziu, e a falácia emocional, que por sua vez designa a ideia de que a análise do texto literário se confunde com o exame da emoção provocada por ele.

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    2. Continuando

      O New Criticism chegou ao Brasil e foi Afrânio Coutinho que se dedicou a difundir. A obra, A literatura no Brasil (1955), é a prova concreta de todo o esforço do crítico em difundir uma crítica literária. Antes dessa publicação, a análise literária realizada no Brasil era feita baseada nos pressupostos da crítica impressionista. A crítica literária divulgada por Afrânio Coutinho propunha análises literárias em jornais e revistas fossem feitas exclusivamente por profissionais da área de Letras, visto que estes possuiriam técnicas aprendidas na academia que são mais adequadas para realizar tal feito. De acordo com seus estudos, a literatura contemporânea necessitava de uma crítica que abolisse os aspectos extrínsecos, e essa seria a função da Nova Critica: não se limitar a ter só um instrumento de analise, mas “Um conjunto de ideias e princípios, no plano da estética geral e da doutrina literária”.

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    3. Fernanda, a redação das 200 palavras precisa ser sua. A resenha, mesmo o resumo, não pode constar apenas de trechos do original. É preciso dar um tratamento judicativo, julgar as ideias do texto, apoiar, discordar, avaliar, comentar, etc.

      Por favor, envie perguntas e nova resenha com suas palavras virá: poste aqui.

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  36. Atenção alunos do curso "O Formalismo em Teoria Literária",

    Devido à paralisação da categoria docente, o prazo para entrega da Atividade 3 foi prorrogado para segunda-feira, dia 15/07. Só estou ajudando porque, como se trata de EaD, poderia manter as datas.

    Atenção para o Agendamento da Atividade 4, última do curso!!!
    Sobre Estruturalismo, o "Formalismo Francês"
    http://textoterritorio.pro.br/alexandrefaria/recortes/cult_fortunacritica_4.pdf
    (2h) ler o texto "a teoria do método formal", de Boris Eikhenbaum no livro "Teoria da literatura: formalistas russos"
    (3h) resenha crítica de 200 palavras.
    Prazo: 26/07.

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  37. Por que o New Cristicism é considerado muito importante na aréa de estudos literários?

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    1. Por que evidenciou um grande dilema na crítica literária:

      Qual a relação entre literatura e história?

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  38. New Cristicism é uma meneira nova de encarar as obras literárias.Ele tem por mérito analisar os textos e admitir sobre eles o juizo de valor e modalidades de inspeção do texto. Esta corrente não tem nenhuma relação com o Formalismo Russo.A nossa critica cnsiderada muito importante na aréa de estudos literários, ela se destacamuito em 1950, e traz cosigo uma nucleo consevador de várias camadas sociais, cujos homens das letras estabeleciam desconexões entre o autor e a obra, entre a história e o texto,entre a emoção de quem escreve a obra literária.A nova critica tem como finalidade que todo texto deve interpretado em sua própria unidade e autonomia.
    Nessa época surgiu tambem Eliot que prega que a visão individual deve se transformar
    em uma sabedoria técnica, porque o texto é uma propriação da tradição literária, ou seja o autor não pode trabalhar só com suas emoções próprias quando produzir um poe-ma.Johcrowe Ranson teve uma grande importância para o New Criticism, onde lançou uma obra que foi de suma importância essa corrente, essa obra nos mostra que o enunciado poético deve abordado com se fosse um custo drama, havendo nele um falante,uma história e sua transmissão ao ouvinte.
    Esta corrente chega a conclusão também que o contexto em que determinada obra foi produzido pode ser igonorado, assim fazendo sempre uma análise com mais nitidez na descrição.
    Os criticos dessa época descobriu que para fazer uma leitura de um poema, deve apreciá-lo emocionalmente, resolvendo as tensões entre as diversas unidades semânticas do texto que independem das emoções do autor.
    Os criticos que defendiam essa corrente dirigiam-se seu olhar ao desprezo da intenção do autor e da história social em que o poema estaria inserido.Foram cridos nessa época dois conceitos importantes como: a falácia emocional e a falácia entecional.A obra literária é uma forma particular de conhecimento que pode intensificar e aprimorar o contato com a vida.
    Chega ao Brasil o New Criticism trasido por Afrânio Coutinho que difundia suas ideias, e pública a obra A literatura no Brasil (1955) que difunde uma critica literária que deveria destacar e valorizar a qualidade estética da obra, deixando em segundo plano os fatos histórico e biogláficos tidos por exteriores á criação literária.O grande objetivo de Afrânio Coutinho era de criar uma consciência critica diferente da que vinha sendo aplicada desde 1950.
    Isaac Asimov através do seu conto The Immortal Bard critica o New criticism, e tem a intenção de mostrar a análise do texto insuficiente proposta pelo criticos do Nem Criticism no campo dos estudos literários.

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  39. Professor estou com muita dificuldade para escrever de acordo com a norma culta, sera que você poderia mim diser o que eu poderia fazer para melhorar?

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    1. Talvez antes comprar um breviário de verbos bem completo, com todas as conjugações.

      É preciso ler uma gramática.

      Não é nada torturante, como dizem por aí.

      Celso Cunha: Gramática do Português Contemporâneo.
      Adriano da Gama Kury: Novas Lições de Análise Sintática.

      Comece com Celso Cunha, já pelos capítulos de análise sintática, passando pelas orações coordenadas e subordinadas, até Concordância e Regência (se você quiser melhorar o entendimento de verbos, há um excelente capítulo). Depois, avance para Kury. Saber escrever na norma culta é entender o funcionamento da estrutura sintática do idioma, desde o nível morfológico (flexões), passando pelo estrutural (concordâncias), até o estilístico (regências).

      Para essa segunda etapa de conhecimento do idioma, leia:
      LUFT: Dicionário de Regências
      LUFT: Dicionário de Concordâncias
      FRANCISCO FERNANDES: Dicionário de verbos e regimes.

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    2. Outra coisa importante, Natalia: não se envergonhe, nem muito menos se desespere. Suas ideias são boas, e isso valoriza de alguma forma seu texto. Resta apenas lidar com a norma culta.

      Para tanto, Natalia, você deve compreender que a norma culta é artificial. O que isto significa? Que é elaborada, ardilosamente construída, esmerada nos melindres. Traduzindo: ela é feita e refeita, escrita e re-escrita, revista e revista e revista. Releia três vezes o que você escreveu: verá que sua redação melhorará. Por enquanto, fique com o recado do poeta pra você. É um parnasiano, isto é, o mais perfeito dos poetas:

      Torce, aprimora, alteia, lima
      A frase; e, enfim,
      No verso de ouro engasta a rima,
      Como um rubim.

      Quero que a estrofe cristalina,
      Dobrada ao jeito
      Do ourives, saia da oficina
      Sem um defeito:

      E que o lavor do verso, acaso,
      Por tão subtil,
      Possa o lavor lembrar de um vaso
      De Becerril.

      E horas sem conto passo, mudo,
      O olhar atento,
      A trabalhar, longe de tudo
      O pensamento.

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  40. Professor, as principais características que se baseia a arte do New Criticism é mostrar alguns princípios como a falta do conhecimento contextualizado e ser preciso nas descrições?


    O papel do New Criticism na literatura é diferenciar os poemas bons dos ruins?

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    1. Todas as correntes teóricas pretenderam assinalar a qualidade como fator preponderante no mundo da estética. A noção mesma do que seja Estético passa pelo conceito de gosto, de belo, de prazer, deleite. A antiga máxima "a arte deleita e instrui", que não é a definição de Aristóteles para a arte, porque ele sabia muito bem que isto não é uma definição, mas simplesmente a explicação de sua função: para que serve a literatura? Para deleitar e instruir.
      A falta do conhecimento contextualizado já foi apontada pelos formalistas russos. É um reclame legítimo, vindo de uma área que insiste em permanecer assistemática, ametódica. Fora do método científico, não há prática acadêmica: eleger como cristo o famigerado "impressionismo" para vitupério, calvário e via crucis da calúnia nada mais é que a comprovação de que o subjetivismo improvisado, "impressionismo" nesse sentido entre aspas, é inadmissível.
      Paradoxal é saber que, mesmo assim, desenvolveu-se na área de Letras uma certa alergia pelo que fosse científico: a Ciência da Literatura, por exemplo, foi motivo de piada, achincalhada ao lado de superestruturalismos abstracionistas de esquemas supersígnicos, nunca sígnicos. Os supersignos serão objeto de uma meta-linguagem (para além da linguagem), de maneira alguma podem ser abordados pelos estudos de linguagem (linguística). Talvez uma Filosofia da Linguagem pudesse encaminhar os primeiros passos: em todo caso, o destino seria uma História das Ideias. A história da literatura como História das Ideias demonstraria que, se este símile heideggeriano literatura-ideias é verdadeiro, a literatura novamente recai como peça de um quebra-cabeça muito maior, que a Sociologia dirá sociedade, que a Antropologia dirá os hábitos, que a História dirá o percurso humano, e assim por diante. Temos que superar essa funcionalização da literatura como peça de uma engrenagem sistêmica de um aparelho ou organismo. Precisamos encarar a obra literária, ou qualquer obra de arte, como passagem ou ponte para o extraordinário, o passaporte para o mundo das possibilidades, e não somente do possível possibilitado.
      As descrições precisas do New Criticism ficaram na ideologia do "movimento", ou, se não houve movimento, então ao menos entre os teóricos assim identificados. Além disso, o New Criticism possui uma heterogeneidade absurda. Por exemplo, Wolfgang Iser estabelecerá procedimentos de leitura como ferramentas quase científicas para "atos de leitura", como ele mesmo chamava, radicalmente intolerante ao impressionismo ou subjetivismo. I. A. Richards, por outro lado, desenvolveu uma intrincada psicologia da composição via psicologia do autor, buscando a emoção. T.S. Eliot repudia a história literária, afirmando a simultaneidade cíclica das obras literárias, enquanto René Wellek e Austin Warren propugnam uma nova história. Wimsatt denuncia a falácia de todo mundo, mas não sabemos deixar a mentira (mimesis): para descortinar conteúdos filosóficos, psicológicos, teoréticos, religiosos, sócio-históricos sempre há a invasão de áreas alheias, isto é, o valor do literário está na medida que represente um valor histórico, filosófico, psicológico, etc. Como realizar uma crítica absolutamente intrínseca?

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    2. Ser preciso nas descrições, conforme eu ia dizendo, é imprescindível para qualquer cientista. Nós temos que assumir a Ciência da Literatura como projeto muito além das mesquinhas e apequenadas tentativas de mordaça ao texto literário provenientes de todos aqueles superestruturalismos delirantes e esquemáticos. O interesse mesmo da verdadeira e legítima Ciência da Literatura é a conciliação entre estrutura e conteúdo: ao invés de criar esquemas fora do texto, os esquemas devem representar a dinâmica do texto, as relações entre paradigmas conteudísticos, a plurissignificação operando com toda sua criatividade construtora, poíesis que é. Mas é dynamis também: lançada no tempo, precisa responder por sua evolução interna e suas relações exteriores. Uma obra literária sem partir do real é esquizofrênica, assim como permanecer no real é aquém do literário. New Criticism acabou famoso pelos "literary movements", conhecidos no Brasil como escolas literárias ou "estilos de época". O método não é em si errado, mas a metodologia, quer dizer, a condução do método, é que está equivocada: não podemos começar com uma lista prévia de características reunidas em alguns prognósticos (arquétipos ou grupos ou estilos ou escolas) para amordaçar o texto de alguma maneira. O método está correto, mas será corretamente usado quando fizer o aluno encontrar as respostas, quando fizer o aluno extrair as características do texto, para depois analisá-las e tratá-las em agrupamentos (paradigmas) de estilos, escolas, arquétipos. A identificação dos "naipes" dessa, agora sim, METODOLOGIA, operará inevitavelmente o quê? Ora, não me diga que é um Método de Crítica Global, dialogante com todos os métodos? Se for, é o trans-modelo previsto por Eduardo Portella no seu Fundamento da Investigação Literária. Parece que minha proposta avança em todos os sentidos, não só com relação a Portella, mas com relação também a Barthes, Greimas (principalmente o de Semântica Estrutural, livro bastante matemático), Cohen, Moles entre os franceses, bem como a Rifatterre, Frye, Iser, entre os estadunidenses e newcritics. A Estilística e a Hermenêutica precisam fazer as pazes: esse hoje é meu caminho.

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    3. E a pergunta final, que de fato põe em xeque o radicalismo newcriticista de abordagem intrínseca: vale a pena uma abordagem que exclui totalmente o contexto do texto?

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    4. Por fim, eu disse sobre o New Criticism: "o método em si não está errado". Porém vale ressaltar que sua correção depende da desvinculação, sofrida para a maioria dos newcritics, entre período estilístico e período histórico. Não podemos pensar uma marcha estilística acompanhando uma marcha histórica: não é assim que funcionam os diversos estilos simultâneos como os finesseculares, nem é assim que estilos temporalmente afastados como barrocos e decadentes se comunicam. Os fatores históricos devem ser tomados como coordenadas históricas com reflexos na língua, apresentando um estado idiomático específico para aquele espaço-tempo. Qualquer presença "histórica" numa obra literária É TRADUZIDA, quer dizer, ALTERADA, como referência linguística: aparece como palavra.

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    5. Os limites históricos comparecem como limites linguísticos: o universo vocabular e a sintaxe reagirão de acordo com os sintomas daquele espaço-tempo. Por isto, o repertório muda bastante de uma época para outra, bem assim a sintaxe evolui, refletindo gostos e costumes no acionamento da língua para atos de fala.

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    6. Os limites históricos só influenciam no sistema idiomático. Seu impacto na obra literária é, pois, secundária ou indireta, dependendo do idioma para aparecer no texto. Ao levar os limites históricos para a literatura, o artista começa a "bagunçar" com eles, causando o que chamamos de mimesis, a distorção da realidade, segundo a miopia de cada um, o sonho de cada um, a ideologia de cada um, a má intenção de cada um. Para o bem ou para o mal, o homem sabe mimetizar, imitar, representar, transportar do real para o imaginário, e nisto já distorcendo. Ao expressar o modo particular como tal pessoa distorce o mundo, essa mesma pessoa elabora uma obra de arte. No caso da literatura, qual foi o material que o artista escolheu? O material verbal, a palavra, a língua, que é, diga-se de passagem, de alcance ampliado, pois o material verbal, diferentemente da pintura, escultura, música, etc., é conhecido de quase todos.

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  41. Este comentário foi removido pelo autor.

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  42. Professor,Desde os formalistas russos, da estilística e do new criticism se caracterizavam pela abordagem imanente do texto, na estrutura particular e concreta das obras. Já o estruturalismo recusa a descrição imanente, acreditando que o método científico deve voltar-se para o exame da estrutura do discurso literário, abstratamente concebido. Qual dessas duas abordagens estão corretas?

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    1. Você é que precisa me dizer. Estou aqui para ouvir suas considerações. Fazer você pensar cada vez mais em escolher melhor entre esses dois.

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    2. Como minha missão, segundo já disse, é provocar a reflexão, lá vai!

      O que você acha: para te conhecer devo construir abstrações ou observar concretamente você? Para conhecer, digamos, seu papagaio, devo construir abstrações (esquemas, "estruturas" extratextuais) ou devo observar concretamente o papagaio? Devo consultar fontes de pesquisa sobre papagaio? E sobre bicho de estimação em geral?

      Diga-me: o que fazer? Essa resposta é sua, entendeu, Mary?

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  43. O estruturalismo foi a mais importante representação nas ciências humanas, hoje não tem o mesmo crédito, sabendo que influenciou o pensamento contemporâneo. O estruturalismo propõe o abandono do exame particular das obras. Recusa a descrição permanente, acreditando que um método científico não pode se esgotar em operações práticas e singulares, que deve voltar-se para o exame da estrutura do discurso literário, abstratamente, da qual as obras concretas não passam de particularizações. Se preocupando com a criação de uma poética, no sentido de uma teoria da estrutura e do funcionamento do discurso literário.
    O objetivo da poética estrutural seria a descoberta da gramática se articulando com as narrativas do homem, que não são aleatórias, mas que obedecem a uma estrutura.
    O princípio da noção de estrutura do discurso literário, objeto da poética, decorre da diferença entre língua e fala segundo Saussure, que diz língua é o sistema abstrato de normas segundo o qual se manifesta a fala.
    A crítica imanente preocupava-se com a descrição do romance (fala); a crítica estrutural investiga o sistema de unidades narrativas anteriores ao romance (língua). Diante disso o estruturalismo se aproxima do método exterior de investigação.
    A diferença essencial entre os métodos externos tradicionais e a crítica estrutural consiste em que aqueles associavam a literatura a um discurso heterogêneo, esta a uma tenacidade homogênea.
    A crítica estrutural não recusa totalmente a descrição não concorda com a ideia de que a obra individual se constitua no fim único e último dos estudos literários.
    Uma das grandes limitações do método estrutural é que não consegue solucionar o problema do valor artístico, pois a caracterização do discurso literário não explica as razões de sua beleza.
    Um representante consagrado da crítica estrutural no Estados Unidos é Jonathan Culler retoma o postulado do estruturalismo francês para desenvolver, não mais uma poética do discurso literário, mas uma poética da leitura.



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    1. Muito bem, Mary Christian! Diria "o gigante acordou", não fosse porque sei LER o Hino Nacional: ninguém está dormindo, somente o Brasil, como é solo, terra, não tem como não estar deitado eternamente em berço esplêndido. Mas o filho deste solo, o brasileiro, não foge à luta!

      Mas gostaria de ver outras colocações suas aqui no blog. A respeito desse texto sobre estruturalismo, por exemplo: você acha que o estruturalismo "não explica as razões de sua (do literário) beleza"? Essa consideração é justa? Para qual Estruturalismo? Em geral?

      É possível descortinar a beleza do discurso literário de modo a ser positivamente e claramente expressa em frases conceituais e descritivas? Pense bem na resposta, pois ela é a definição de seu trabalho como crítico.

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  44. CONHECER ALGO OU ALGUÉM não basta apenas construir conceitos abstratos ou apenas conceitos concretos, é necessário, a junção dos dois, para consequentemente, obter uma essência.
    Acredito que há como fazer uma descrição estruturalista, sabendo que existem limitações do método estrutural em conseguir solucionar o problema do valor artístico. Segundo Todorov reconhece os limites do método estrutural diante do problema do estético, afirmando que nenhum sistema anterior o resolveu. Ele diz que o valor de uma obra depende de sua estrutura, mas só manifesta mediante a leitura e os critérios de quem lê.
    Obs: alguns tipos de descrição do discurso literário não prende a atenção do leitor .

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  45. Atividadade 4 - Formalismo Frances

    As ciências humanas teve o estruturalismo como grande representante de uma ampla revolução metodológica dos últimos cinquenta anos. A teoria estrutural propõe o abandono do exame particular das obras, tomando-as como manifestação de outra coisa além delas próprias: a estrutura do discurso literário. O objeto de análise do método estrutural consiste em um conjunto abstrato de procedimento que caracterizam o discurso enquanto propriedade típica da organização mental do homem.
    A crítica estrutural preocupa-se com a criação de uma poética no sentido de uma teoria da estrutura e do funcionamento do discurso literário, que tem como objetivo desvendar a gramática que articulada a narrativa do homem que obedecem uma estrutura.
    Anteriormente a Saussure, os estudos linguísticos preocupavam-se com o desenvolvimento histórico da língua, e ele ao conceber a língua como um aspecto da linguagem humana criou uma nova ciência e é o pai da Linguística Estruturalista. A estrutura do discurso literário de Saussure, tem como princípio a distinção entre língua e fala, sendo o princípio essencial deste, objeto da poética estruturalista.
    Obtiveram destaques no formalismo francês dois grandes teóricos: Barthes e Todorov. Foram grandes as contribuições com suas obras . Para Barthes, em Introdução à análise estrutural da narrativa (1966), não seria necessário a investigação de todas as obras narrativas para chegar a essência do discurso narrativo, só era preciso o conhecimento de um numero considerável de exemplos para a obtenção das regras que articulam a narrativa. Dessa forma, o estruturalismo adota o método dedutivo de conhecimento. Já para Todorov, a recusa da descrição concreta das obras, eleição de organizações abstratas anteriores a sua manifestação em textos individuais, a correta noção de sistema, a condução de análise até as unidades elementares do discurso e a escolha explicita dos processos, são condições essenciais para que a poética seja estrutural. A noção de poética deve se empenhar em decompor o discurso literário até suas menores unidades.
    O estruturalismo encontra um problema na sua metodologia que é de não conseguir dimensionar o valor artístico, tendo em vista que a caracterização do discurso literário ou a descrição estrutural de uma obra não conseguem explicar a razão de sua beleza.

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    1. Gostaria de ressaltar que quem falou sobre o problema do estruturalismo foi Ivan Teixeira.

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  46. O estruturalismo foi uma grande revolução metodologica na ciência humana.E ele mostra o abandono do exame particular das obras,ou seja ,as obras individuais seriam mnanifestacões impericas no objeto de investigação do método estrutural.
    Os estruturalistas acreditam que um método cientifíco não pode se esgotar em operações práticas e singulares,deve estar voltado para estrutura do discurso litarário,abstramente concebido ,onde as obras concretas não passam de particularizações.
    O grande objetivo poética estrutural é encontrar a gramática segundo qual se articulam as narrativas do homem,não sendo aleatórias,junto de coisas essenciais do discurso literário.
    Antes da chegada de Saussure os estudos histórico da lingua.
    Saussure criou semiologia que peocupava-se com sistematização dos sinais ,e não apensas com o estudo das linguas.Criou-se a arbitrariedade do signo linguístico onde dizia que as relações entre os vocábulos e o mundo se estabelecem,não por leis imanentes da natureza mas por operações do espirito humano.
    A critica estrutural não aceita a idéia de que a obra individual se constitue no fim único e último dos estudos literários.A história literária deveria se evoluir das propriedades do discurso literário,e não pelo exame das obras em si.
    Segundo Roland Barthes não seria preciso olhas todas as narrativas do mundo para chegar todas essE^ncia do discurso narrativo,era so investigar um número considerável de narrativas.
    Roland Barthes com a pesquisa de Propp ,mostrou que o conjunto de funções forma um nucleo narrativo.Surgiu nessa época a sequência narrativa que operam na horizontal do texto como: funções cardiais, funções distribucionais, funções integrativas que trabalha no sentido vertical.
    Segundo Todov, para que uma poética seja estrutural é necessário que, ela recusa descrições concreta das obras, eleição de organização abstratas anteriores a sua manifestação em textos individuais, a correta noção so sitema e a escolha explicita dos processos.
    O metódo estrutual não consegue solucionar o problema do valor artisitco, pois a descrição estrutural de uma obra não explica as razões de sua beleza.

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  47. Este comentário foi removido pelo autor.

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  48. Boa tarde, professor Camillo! Gostaria de saber sobre o certificado desse curso?

    Obrigada.

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